Project Description

Eu não havia parado para pensar em acidentes de turismo até que uma tragédia pessoal fez do tema uma prioridade na minha vida. Em 2002, perdi minha filha de nove anos durante um passeio a cavalo, quando passava férias com minha família num resort cinco estrelas em Maragogi (Alagoas). Na época, encarei os fatos como um fortuito, um acidente. Mas, quatro meses depois, soube que o hotel continuava a oferecer o passeio a cavalo com as mesmas condições inadequadas que levaram à queda da minha filha. Tive, a partir daquele momento, a certeza de que acidentes como este e tantos outros poderiam ser evitados com medidas simples de prevenção de riscos.

Assim como eu e meu marido confiamos na estrutura do hotel, outros pais confiam que os prestadores de turismo estão zelando por sua segurança. É preciso conscientizar as pessoas a exigirem e averiguarem a adoção de medidas de segurança para que não passem pelo mesmo sofrimento da minha família.

No dia em que a milha filha faria dez anos, criamos a Associação Férias Vivas, motivados pela convicção de que, para incentivar a adoção de práticas seguras, eram necessárias ações de conscientização ao turista e ferramentas para normatização de procedimentos seguros nas empresas de turismo. Hoje, já somamos 12 anos de trabalho e criamos um portfólio expressivo de ações voltadas para a disseminação de um turismo consciente. Em nosso site (www.feriasvivas.org.br), reunimos orientações para todo tipo de atividades. Nossa regra básica em cada uma das atividades é: “Tenha consciência de que acidentes podem ocorrer, mas podem ser evitados!”.

É vendida para os turistas a ideia de paraíso e sonhos. Na viagem não cogitamos sequer um dia de chuva, quanto mais um acidente. Estar consciente de que o risco está presente e se preparar para uma viagem segura só aumentará a sensação de bem-estar das férias.

Depoimento de Silvia Basile,  Fundadora-Presidente da Férias Vivas