Espeleoturismo

O Espeleoturismo (ou Turismo em Cavernas) é a prática puramente esportiva e recreativa de visitação à cavernas. Trata-se de uma ramificação da prática da espeleologia, que aborda o estudo do meio subterrâneo, abrangendo não apenas a evolução das cavernas e seus ambientes, como também a comunidade biótica e os resquícios arqueológicos neles encontrados, sem prejuízo do desenvolvimento de técnicas de prospecção, exploração e topografia, essenciais ao levantamento do inventário das cavidades naturais subterrâneas e demais técnicas de resgate e mergulho desenvolvidas especificamente nestes ambientes. Explorar enormes salões ricamente ornamentados, se esgueirar por condutos estreitos, ou ainda, descer centenas de metros em seqüências de intermináveis abismos, são algumas das facetas desta atividade cheia de surpresas para quem a pratica. O bom espeleólogo tem que conhecer desde a melhor vestimenta para uma caverna específica até procedimentos complexos de descida e subida por corda para a exploração de abismos.

Equipamento de Segurança

Cavernas Verticais

    Individuais:

  • Os equipamentos individuais para cavernas horizontais acima;
  • Cadeirinha para espeleologia;
  • Peitoral;
  • Longe duplo (solteira dupla);
  • Mosquetões;
  • Descensores;
  • Ascensores (blocantes);
  • Maillons;
  • Estribo.
  • Coletivos:

  • Cordas estáticas;
  • Mosquetões diversos;
  • Plaquetas para ancoragens artificiais;
  • Anéis de fita para ancoragens naturais.

Cavernas Horizontais

    Individuais:

  • Capacete com iluminação elétrica ou;
  • Capacete e 2 lanternas à prova de água com pilha reserva;
  • Cinto de segurança para espeleologia;
  • Vestimenta (macacão) adequada às condições de umidade e temperatura da caverna;
  • Calçado resistente (de preferência bota de cano alto);
  • Roupa e agasalho reservas devidamente estocados em sacos plásticos;
  • Cantil com água;
  • Alimentos energéticos (barras de cereais, chocolate, por ex.);
  • Mochilas de PVC.
  • Coletivos:

  • Pequena corda (20 a 30m);
  • Mosquetões;
  • Compartimentos a prova d’água;
  • Primeiros socorros e cobertor térmico de emergência.

Todo praticante (usuário do circuito) deve utilizar o E.P.I. (Equipamento de Proteção Individual) e não retirar os equipamentos sem autorização dos condutores.

O condutor da atividade também deve estar sempre com a utilização completa do equipamento. Caso haja um acidente com o condutor os clientes ficarão sem orientação de resgate e de encerramento da atividade.

Espeleologia

Boa prática 1

Conheça os seus limites. Durante o percurso, mantenha-se sempre próximo a um profissional experiente.

Boa prática 2

Evite beber a água de dentro das cavernas, leve sua própria água potável!

Boa prática 3

Tenha sempre uma muda de roupas secas. Chuvas repentinas podem causar uma enchente, obrigando os participantes a esperar a água passar. As roupas secas irão diminuir o risco de hipotermia neste período.

  • Cheia repentina de rios e córregos que por ventura percorra a caverna devido a chuvas fortes e tempestades – Podem causar afogamento e lesões;
  • Trechos de forte correntezas dos rios associados principalmente a tetos baixos e passagens estreitas – Podem causar afogamento e lesões;
  • Hipotermia em cavernas molhadas devido a vestimenta mal adaptada;
  • Quedas provenientes de trechos de escalada sem a devida segurança;
  • Quedas provenientes de uso inadequado de técnicas e equipamentos em lances verticais (abismos);
  • Queda de pedras em lances verticais;
  • Entalamento em passagens muito estreitas;
  • Picadas de insetos e animais peçonhentos;
  • Perda do grupo. Acidentes em cavernas representam um grande desafio para o resgate da vítima, sendo que tais operações, em cavernas duram algumas horas. Ferimentos considerados leves em situações normais podem trazer riscos reais para a vida da vítima se esta estiver em uma caverna, dada a dificuldade em removê-la e o tempo gasto para fazê-lo.

  • Esteja com o equipamento completo e em bom estado de manutenção;
  • Não subestimar lances aparentemente fáceis de escalada e desescalada no interior das cavernas. Use sempre uma corda de apoio e/ou segurança.
  • Não entre em cavernas com rio se houver previsão de chuva;
  • Não se aventure em cavernas sem um condutor notoriamente competente;
  • Mantenha sempre pessoas informadas de qual caverna você irá visitar com o horário previsto de retorno;
  • Nunca freqüentar uma caverna sozinho (grupos de no mínimo três pessoas são fortemente recomendados) e estar sempre acompanhado do condutor. Não sair da trilha, conhecer e respeitar as normas de visitação dos parques e cavernas turísticas, bem como cientificar-se dos riscos e fragilidades que apresentam;
  • Excursões em cavernas são muito cansativas. A fadiga potencializa o risco de acidentes. Deixe que o mais cansado dite o ritmo e permita a si e aos colegas paradas para descanso sempre que necessário;
  • Evite a hipotermia: aos primeiros sinais procure combatê-la.

Códigos de conduta

Orientações ao condutor

  • Antes de qualquer atividade espeleoturística, certifique-se que o perfil do grupo de turistas está de acordo com as dificuldades técnicas, físicas e psicológicas da caverna a ser visitada;
  • Confira se as vestimentas dos turistas estão de acordo com as necessidades da caverna (temperatura, umidade, trechos aquáticos, etc). Evite sempre bermudas e calçados inadequados;
  • Em cavernas horizontais disponibilize sempre cintos de segurança para os turistas;
  • Evite ao máximo lanternas de mão. A ideal é sempre acoplada ao capacete;
  • Turista sem capacete NEM PENSAR;
  • Conheça bem a caverna em que for conduzir grupos e trace percursos seguros com o mínimo de impacto possível ao ambiente cavernícola;
  • Não permita sequer o toque em ornamentações delicadas;
  • Não permita que se mate qualquer ser cavernícola por mais repugnante que possa parecer;
  • Conheça bem as experiências anteriores dos espeleoturistas. Muitas vezes o “mais experiente” pode dar muito mais trabalho. Imponha a sua liderança e ESPELEOTURISMO jamais admita qualquer desobediência que possa colocar em risco algum membro do grupo;
  • Mantenha o grupo sempre unido, de preferência com o auxílio de um monitor;
  • Além dos equipamentos mínimos habituais, leve sempre consigo equipamentos extras para reposição e emergências, mesmo que a princípio não seja nem um pouco necessário (ex: lanternas reservas, pilhas, isqueiro, canivete, comidas energéticas, mantas térmicas, pequena corda, mosquetões extras, primeiros socorros, etc);
  • Não subestime em hipótese alguma lances aparentemente fáceis de escalada ou desescalada: USE SEMPRE UMA CORDA DE SEGURANÇA;
  • Todo cuidado é pouco em trechos de natação. Use sempre recursos flutuantes (coletes salva-vidas, bóias…). Em cavernas percorridas por rio, aborte a visitação em caso de possibilidade de chuva;
  • Em cavernas verticais cheque o equipamento de cada turista constantemente. NUNCA faça brincadeiras que demonstre procedimentos técnicos incorretos! Siga a risca as regras de segurança da espeleologia vertical;
  • Conheça bem os procedimentos de autoresgate para a prática da espeleologia vertical;

Em caso de acidente, além de tomar as devidas providências, demonstre calma e controle da situação. Tranqüilize a vítima e os demais turistas. JAMAIS PERCA O CONTROLE! Serão considerados “Condutores de espeleoturismo” os profissionais que possuírem o devido licenciamento específico para essas modalidades emitido pela AGETUR depois de avaliação prévia, sendo ele responsável por:

  • Organizar e fiscalizar a logística de toda a operação;
  • Limitar a participação de no máximo 10 (dez) praticantes para cada condutor;
  • Verificar se estão corretos e as condições de manutenção de todos os equipamentos individuais e coletivos necessários para a operação;
  • Conduzir o grupo de praticantes dentro das normas corretas de mínimo impacto;
  • Ter conhecimento e prestar os primeiros socorros a qualquer praticante que se acidente;
  • Estabelecer planos prévios de emergência para eventuais resgates e escapes necessários em caso de acidentes;
  • Redigir minucioso relatório dos acidentes ou incidentes que porventura ocorram.

Orientações ao usuário:

  • Questione sobre a experiência dos condutores e sua qualificação antes de contratar o serviço. Referências anteri – ores sempre são bons indicativos de competência. Desconfie de atitudes titubeantes por parte do condutor de espeleoturismo;
  • Obedeça as instruções e orientações do condutor para a sua própria segurança;
  • Se tiver alguma vivência em cavernas, ofereça a sua ajuda, que pode ser muito bem vinda, mas, jamais tente enfrentar, discordar ou desobedecer o condutor. Ele estará cumprindo o melhor possível o seu papel, e você é mais um cliente por quem ele tem que zelar. Torne a suas experiências anteriores sempre positivas e não negativas;
  • Pergunte sempre que tiver dúvidas sobre questões de segurança. É obriga- sobre questões de segurança. É obriga- ção do condutor esclarecer quais os procedimentos que estão sendo adotados e transmitir confiança aos seus clientes;
  • Aproveite o passeio respeitando o ambiente em que se encontra. Lembre-se sempre que uma ornamentação cavernícola demora milhares de anos para se formar e destruí-la em fração de segundos, é no mínimo uma insensatez.

Para verificar se uma empresa de turismo é registrada, consulte o site do Ministério do Turismo www.cadastur.turismo.gov.br

Mais informações:
Viagem na Natureza