Project Description

INDAIATUBA, ITUPEVA E CABREÚVA

SAÍDAS DE BIKE

Uma experiência única que tem sido uma opação de viagem para muitos paulistas são as saídas de bike pelo interior de São Paulo. Programadas entre grupos de amigos, os participantes contam com muito companheirismo e troca de informações que são essenciais para um bom planejamento.

Vamos conhecer como foi o roteiro do nosso voluntário Alcides que pedalou 42 quilometros da capital paulista até a trilha do Limoeiro, que fica no encontro entre as cidades de Indaiatuba, Itupeva e Cabreúva.

Como toda atividade de cicloturismo, a etapa do planejamento e da gestão da segurança é mais importante. Para início de conversa é necessário adequar o roteiro para o nível dos participantes. Afinal, os principais riscos do passeio aparecem quando se realiza um percurso de uma dificuldade acima da qual se está preparado em termos físicos ou técnicos. No caso de iniciantes, o maior perigo é uma queda devido à falta de domínio sobre a bicicleta. Antes de sair para um passeio maior, deve-se treinar num local com nível de dificuldade baixo. Para os mais experientes, o risco está geralmente no excesso de velocidade ou nas manobras arriscadas. Deve-se sempre andar numa velocidade baixa, qualquer que seja a habilidade ou experiência do praticante.

A melhor forma de se realizar uma viagem como esta é estando bem acompanhado de um guia experiente. Veremos que nos muitos desafios que o grupo encontrou ao longo do percurso, a experiência dos participantes foi essencial para que chegassem todos bem ao fim recompensador da jornada.

RELATO DE VIAGEM

O Alcides Monteiro, trilheiro e sócio da Andaraí Viagem e Turismo, nos conta como foi sua pedalada entre amigos pela Trilha do Limoeiro no interior de São Paulo. O roteiro durou oito horas e foi realizado num belo dia de sábado com céu aberto.

“Nosso grupo, o M5 nasceu a partir de encontros de preparação dos Monitores para o Pedal Anchieta de 2019. Eu havia me inscrito para esse trabalho voluntário e assim participei de um pedal de “aquecimento” liderado pela Grazi. Foi ótimo: depois de alguns minutos de papo, saímos já como amigos de infância da Estação Ferroviária de Ribeirão Pires pedalando rumo a Paranapiacaba. No percurso tivemos um bonus: tivemos que vadear pela estrada inundada com a cheia do Rio Grande no seu curso para a Represa Billings. Ninguém sequer considerou dar meia volta. Com cuidado avançamos tateando a estrada sob o meio metro d’água. Foi nosso batismo de fogo (ou de água). Depois disso e de algumas “festas da firma” não teve mais jeito, pedalamos sempre juntos. Na Grande São Paulo temos incontáveis rotas utilizadas pelos ciclistas. Se alguém fosse sistematizar por tipo, penso que poderiam ser Urbanas, Intermediárias (misto de estradas de terra, trilhas e trechos urbanos) e as puramente Fora de Estrada.”

A seguir, conheça as sugestões do Alcides para depertar o ciclista que há em você:

1 – Trilha do Limoeiro
Tipo: Intermediária
Região: no sertão entre Indaiatua, Itupeva e Cabreúva.
Extensão: 32 km
Nível de dificuldade: MÉDIO AVANÇADO (exige resistência).
Características: Totalmente em estradas de terra em meio a canaviais.
Atrativos: a paisagem marcada pelos Matacões, o desafio de fortes subidas.
Como chegar: melhor ir de carro e iniciar a trilha a partir do Armazém do Limoeiro (onde se pode deixar os carros até o retorno)

2 – Estrada do Sal
Tipo: Intermediária
Região: Na Serra do Mar entre São Bernardo do Campo e Paranapiacaba (Santo André).
Extensão: 52 km
Nível de dificuldade: MÉDIO MODERADO (em geral trechos fáceis mesmo para iniciantes, com algumas subidas fortes. Requer alguma prática e resistência.).
Características: Estrada de terra com trechos curtos junto à rodovia estadual.
Atrativos: A mata atlântica e a Vila Ferroviária de Paranapiacaba. Inclui até riachos onde se pode até mergulhar.
Como chegar: Para percorrer o Caminho do Sal deve-se partir da Estrada Velha de Santos pela Estrada Mogi das Cruzes e depois pelo Caminho do Sal até a SP122. Em geral, na altura da antiga Estação de Campo Grande retoma-se a rota por estrada de terra até Paranapiacaba.

3 – Trilha do Capivari
Tipo: Intermediária
Região: Na região do Planalto de São Bernardo do Campo, entre o Riacho Grande e a Interligação Anchieta-Imigrantes
Extensão: 25 km
Nível de dificuldade: FÁCILINICIANTE (boa para iniciantes, com trechos em estrada cascalhada de baixo trânsito. Excelente para ganhar confiança (essa trilha apresenta trechos em subida que podem ser vencidas pedalando) e aderir de vez ao Ciclistmo.
Características: Estrada de terra em meio à Mata Atlântica no entorno da Represa Billings.
Atrativos: Belas paisagens na área da Barragem, proximidade e várias opções de roteiros.
Como chegar: Melhor ir de carro até o Riacho Grande até a Primeira Balsa. Após a travessia pode-se deixar o carro em um dos vários estacionamentos ali existentes e iniciar a aventura.

Conheça na íntegra o relato de viagem de nosso voluntário Alcides Monteiro no blog Andaraí Turismo. Recomendamos a leitura para conhecer mais sobre o roteiro e adquirir repertório sobre os riscos existentes na prática do cicloturismo e como evitá-los.

O DIA ANTES DA VIAGEM

É bom saber que de acordo com DECRETO Nº 63.881, DE 03 DE DEZEMBRO DE 2018, qualquer nova obra rodoviária no Estado de São Paulo terá que oferecer soluções para veiculos de propulsão humana. (leia-se bicicletas). Isso é ótimo pois só com ciclovias exclusivas podemos pensar em cicloviagens seguras nas rodovias.

Sexta-feira – 19hs

Estamos em novembro de 2019 e hoje é sexta-feira.
Preciso dormir mais cedo porque amanhã tem trilha.

A bike está revisada, a corrente lubrificada, pneus calibrados, freios ajustados. Tudo em cima! O bike-pack também está pronto: bomba, remendos, câmara nova, jogo de chaves allen, alicate e um rolo de fita isolante, sei lá pra quê, mas tá na mão. E levo também a ótima capa de chuva que nunca usei.

E a “matula” também está pronta. Aquele tubo pra guardar macarrão é ótimo pra encher de frutas secas, amêndoas e castanhas. Pra mim, nada melhor pra ir comendo enquanto pedalo. Consigo me manter alimentado sem precisar carregar um grande volume como seria o caso de frutas frescas, pão, biscoitos, barrinhas…Ah, e tem as squeeze com água e o protetor solar pro rosto porque o sol promete! Para os braços e mãos camisa dry-fit manga longa e luvas que são a melhor forma de proteger essas áreas da longa exposição.

Com esse check-list, acabo vendo que não tenho nada pra primeiros socorros. Uma ralada no joelho por exemplo, precisa de água oxigenada e ataduras, coisas assim. Anotado aqui: providenciar!

Jantar bem calórico: a macarronada está ótima!

ENTRE AMIGOS EXPERIENTES

Paulo é o guia do grupo e segue a rota marcada no aplicativo. São muitas as entradas e é preciso cuidar pra não pegar o caminho errado.

Sábado – 7:45

Paulo e a Grazi, uma ciclista experiente, reunem o grupo para uma rápida passada das regras do pedal.

Na fala simples e direta, as regras vão sendo pontuadas:

  • Cada um é responsável pela sua segurança;
  • É um pedal entre amigos, sem organização formal;
  • Em caso de acidente serão acionados os meios públicos de socorro.

Os mais experientes na Trilha do Limoeiro apontam para a altimetria e para o Sol como os vilões desse roteiro. É preciso administrar o esforço pois teremos subidas muito dificeis pela frente num dia que promete ser bem quente. Mas há também o compromisso mútuo de que ninguém será deixado para trás em nenhuma hipótese. Veterano do grupo, isso me soa acolhedor.

UMA TRILHA IDEAL

Alguns poucos carros passam levantando o poeirão. Mas nada que apague a beleza da paisagem.

SÁBADO 8:00
Iniciamos o pedal de fato em torno das 8 horas. Estrada de terra batida, seguindo entre cercas que afirmavam a propriedade de algum. Os grupos foram se formando. Os coelhos, os pé de boi e os outros. Eu seguia por ali…Com a gravel, leve e ligeira, não tive dificuldades com as primeiras subidas. Acho que ninguém teve. Motivação a mil. Mas a estrada foi se encarregando de colocar cada um no seu devido lugar.

A região entre Cabreúva e Itupeva é abençoada pelo Deus dos Morros. E a paisagem é marcada pelos matacões, imensos blocos de granito que parecem terem sido arranjados para compor a paisagem. Estão em toda a parte mas também permitem os pastos e algumas matas que sobraram. As estradas buscaram a crista dos morros, deixando as aguadas para as propriedades, seus bichos e suas plantações.

E nesse cenário o grupo foi se estendendo pela paisagem feito uma lagarta, ora se espichando, ora se agrupando.

11:00hs
Estamos progredindo. E o Sol mais ainda, brilhando naquele céu azul, sem nuvens. Sensação térmica 45º. Bebe-se muita água e o assalto às rações não para. As subidas vão se intensificando: mais frequentes, longas e difíceis. (ou será que sou eu?) Da meta de 30km, devemos ter percorrido uns 15. Sensação kilométrica: 40.

Com alguns percalços no caminho, será que o grupo chegará ao seu destino como planejado? Quer saber como termina esse roteiro?

Veja as fotos e o relato completo da viagem aqui.

SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR

Importante dizer que a navegação com apoio de dispositivos dependendes de rede é um risco para quem não conhece os caminhos e a região. O sinal quase sempre falha e ai ficamos sem esse importante referencial. Recomenda-se ter um mapa em papel como um back-up para situações onde o meio digital fique indisponível. E será também interessante usar cada jornada como uma forma de aprimorar a navegação, anotando os pontos de interesse em cada roteiro.

Lembre-se:

  • Esteja seguro de que você ou alguém do grupo possa realizar pequenos consertos e ajustes na bicicleta;
  • Respeite para ser respeitado: sinalize suas ações para outros veículos e dê a preferência aos pedestres;
  • Sempre deixe avisado para onde você está indo e o horário de chegada previsto;
  • Estude bem o roteiro para onde irá. Em alguns casos é bom estar preparado, levando alguns equipamentos extras como: capa de chuva, lanterna, agasalho e óculos escuros;
  • Muito cuidado com o excesso de sol. Beba muita água sempre (mesmo antes de sentir sede) e use filtro solar;
  • Calcule para sempre sobrar um pouco de água e alimento para o caso de algum imprevisto.

Falar sobre integridade física ao planejar uma viagem pode parecer um exagero para quem olha o mercado de turismo de fora. Porém, quem acompanha a Associação Férias Vivas sabe que a quantidade de guias piratas, hotéis irregulares e agências negligentes é gigantesca. A Associação Férias Vivas já acompanhou mais de 3860 acidentes de turismo. Suas causas estão relacionadas à falta de sinalização, à incapacitação dos profissionais locais e à imprudência de alguns turistas.

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INFORMAÇÃO SALVA VIDAS

A Associação Férias Vivas criou um portfólio de ações voltadas para a disseminação do turismo consciente. No site da ONG é disponibilizada uma biblioteca dedicada ao tema, com dicas de prevenção e segurança, artigos de gerenciamento de risco, análises sobre a legislação vigente, assim como orientações jurídicas para as famílias vítimas de acidentes.

Recentemente, lançamos o Aplicativo EU VIVI, uma ferramenta colaborativa que melhora a experiência dos turistas nas viagens e contribui para o aumento da segurança das atividades turísticas.

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